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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Três projetos da Funed foram contemplados na Chamada Universal 2017


Três projetos da Funed foram contemplados na Chamada Universal 2017, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig): Novas Estratégias para o Desenvolvimento de uma vacina contra Streptococcus pneumoniae, Avaliação da Eficácia do Benzonidazol Veiculado em Nanocaco3 no Tratamento da Infecção Experimental Pelo Trypanosoma Cruzi e Influência das Diferentes Preparações de Bebidas de Café. As pesquisas são desenvolvidas pelos pesquisadores Sophie Yvette Leclercq, Sérgio Caldas (DPD) e Jovita E. Gazzinelli Cruz Madeira (IOM), respectivamente.

Submeter projetos a chamadas públicas é uma forma de garantir recursos para dar continuidade aos estudos voltados à área de saúde pública desenvolvidos pela Funed. Sophie Leclercq conta que a pesquisa desenvolvida por ela propõe o desenvolvimento de uma nova vacina contra o Streptococcus pneumoniae, bactéria responsável por várias doenças como pneumonia, meningite e sepsis. A pesquisadora explica que existem várias formas da bactéria, chamado de sorotipo (em torno de 90) e a vacina atualmente disponível no mercado protege contra no máximo 13 sorotipos.

Consequentemente, novas pesquisas usando ferramentas de biotecnologia moderna (Bioinformática e Biologia Molecular) estão em andamento para desenvolver uma vacina com cobertura mais abrangente. “A ideia é trabalhar com antígeno quimérico, ou seja, pegar pedaços de proteínas de sorotipos diferentes e combiná-los em uma proteína representativa do maior número possível de sorotipos. Além disso, a pesquisa tem como objetivo avaliar o uso de bactérias lácticas (tipo de bactéria usada na indústria do leite e presente naturalmente no sistema digestivo humano) como sistema de entrega da vacina”, detalha. Até o início de 2018 serão iniciados os estudos em animais para avaliar a capacidade de proteger contra a infecção.

Sérgio Caldas fala da relevância que pesquisas relacionadas à doença de Chagas têm para o país, já que a doença é endêmica em 21 países da América Central e do Sul, acometendo cerca de oito milhões de pessoas e levando mais de 12 mil a óbito anualmente. O pesquisador lembra que a doença também tem se tornado um problema global, com o aumento de casos sintomáticos em áreas não endêmicas, como EUA e Europa. “O principal problema com relação ao tratamento dos indivíduos infectados são os efeitos colaterais indesejáveis e a baixa eficácia do medicamento na fase crônica, problemas que a nanotecnologia proposta está buscando contornar”, afirma.

Para que isso seja possível, a pesquisa de Sérgio – que começou a ser desenvolvida este ano na Fundação – consiste no uso da nanotecnologia para potencializar o efeito do benzonidazol, medicamento utilizado no tratamento da doença de Chagas, utilizando nanopartículas de carbonato de cálcio (NanoCaCO3). A pesquisa está na fase de produção e caracterização das NanoCaCO3. As próximas etapas serão determinar os efeitos in vitro contra as três diferentes formas evolutivas do Trypanosoma cruzi, parasita causador da doença de Chagas, e realizar os testes in vivo, utilizando camundongos experimentalmente infectados. O recurso aprovado será importante para o desenvolvimento dessas etapas. “O objetivo central da pesquisa consiste na busca da potencialização do efeito do benzonidazol no tratamento da doença de Chagas, através do seu carregamento em NanoCaCO3 avaliadas em diferentes formas, vias, dose e tempo de administração em camundongos, haja vista as baixas taxas de cura observadas na fase crônica da infecção”, explica o pesquisador.

A terceira pesquisa da Funed que irá receber recursos está relacionada a uma paixão nacional: o café. O grão é reconhecido como um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil e representa importante gerador de divisas para o país, além de ter função social, fixando mão de obra no campo e gerando empregos, principalmente no estado de Minas Gerais, um dos maiores produtores do Brasil. A qualidade do café é determinada comercialmente por características físicas dos grãos e sensoriais da bebida. Jovita Gazzinelli, responsável pela pesquisa, explica que a ocorrência de infecções microbianas nos grãos de café pode comprometer tanto o seu aspecto visual quanto o sabor e o aroma. “O café tem sido alvo de inúmeras pesquisas que buscam verificar o potencial toxigênico de fungos e, principalmente, detectar a presença de Ocratoxina A (OTA) nos grãos crus e torrados, pois é a toxina mais descrita em café”, detalha Jovita.

A especialista explica que a OTA é uma das micotoxinas mais estudadas por causa dos seus efeitos teratogênicos (que pode provocar malformação congênita), embriotóxicos (que produz efeitos tóxicos ao embrião), genotóxicos (efeitos tóxicos que alcançam o material genético) e nefrotóxicos (substância tóxica aos rins) em animais, tendo sido classificada pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como pertencente ao grupo 2B, ou seja, pode provocar câncer. A pesquisa, que receberá recursos por meio da chamada universal, está em fase inicial e pretende avaliar a ingestão de OTA em bebidas a partir de café naturalmente contaminado. “Com a pesquisa pretende-se também avaliar os níveis de OTA em café torrado, moído e solúvel consumido no estado de Minas Gerais e verificar o potencial risco à saúde humana, considerando os níveis de OTA encontrados nas diferentes bebidas, o consumo diário de café pela população e a ingestão provisória diária máxima tolerável, estabelecida pelo Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA) de 16 ng kg-1 por dia”, detalha a pesquisadora.

Atenciosamente,

Vivian Teixeira
Assessoria de Comunicação Social
(31) 3314-4577


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